"Afinidades não eletivas". — A propósito do livro de Olivier Besancenot e Michaël Löwy
"Afinidades não eletivas". — Capítulo 08. – Perguntas
Article mis en ligne le 25 juillet 2020
dernière modification le 8 septembre 2020

par Eric Vilain

Para o anarquismo, autonomia e federalismo não são dois conceitos antinômicos, eles são complementares. A concepção anarquista da organização não é um horizontalismo composto de instâncias autônomas que estabelecem apenas ligações ocasionais entre elas. É, gostemos ou não, uma construção do tipo piramidal que consiste em estruturas básicas, etapas intermediárias e um vértice. O que confere o caráter “anarquista” a essa construção é como o “fluxo” da tomada de decisões é organizado.

Uma militante e historiadora anarquista suíça, Marianne Enckell, explica o problema federalismo/centrismo com grande relevância : “O federalismo é constitutivo do anarquismo desde o período da Associação Internacional de Trabalhadores, desde que a corrente anarquista é afirmada lá através de sua crítica do centralismo e sua celebração da autonomia”. Marianne Enckell especifica que o federalismo “é o antônimo da centralização, não da descentralização”.