Comentário No. 3. — Sindicalismo revolucionário e anarquismo na CGT francesa
Article mis en ligne le 3 janvier 2021

par Eric Vilain

A questão da diferença entre o sindicalismo revolucionário e o anarco-sindicalismo surge freqüentemente na Black Flame, mas cada vez é apenas uma repetição do argumento da referência explícita ou não explícita ao anarquismo. Não há um exame histórico de como esta situação teria surgido. Schmidt e van der Walt parecem ter simplesmente decidido que isto era assim.

Edilene Toledo, em seu trabalho sobre o movimento operário em São Paulo durante a Segunda República1, tem uma visão mais realista : em sua opinião, o anarco-sindicalismo é um “termo que na verdade será usado muito mais tarde”. Ela está perfeitamente certa. Mas se Toledo introduz esta distinção, não é, com o pensa Felipe Corrêa, “para desmistificar o uso dos termos ’anarco-sindicalismo’ ou ’anarco-sindicalista’”, mas simplesmente restabelecer um fato histórico.

No Brasil, ao que parece, como na França, os termos “anarco-sindicalismo” e “sindicalismo revolucionário” têm sido utilizados indiscriminadamente, sem levar em conta o fato de que correspondem a realidades históricas diferentes e não contemporâneas entre si.
Toledo quer, portanto, mostrar que não existe anarco-sindicalismo no Brasil, o que Corrêa não contesta, mas não pelas mesmas razões que Toledo ; este última quer distinguir entre sindicalismo revolucionário e anarco-sindicalismo para estabelecer uma filiação do primeiro com o socialismo, enquanto Corrêa estabelece um elo de equivalência entre sindicalismo revolucionário e anarquismo.